domingo, 21 de setembro de 2008

Reading between the lines

Quem somos nos para sabermos o que queremos, se nem o passado conseguimos recordar com precisão? Por vezes esquecemo-nos daquilo que realmente conta e aventuramo-nos num mundo que nunca existiu que não fosse a nossa cabeça. Alongamos o conto de modo a torna-lo mais como gostaríamos que tivesse sido e não tanto como foi, acrescentando pormenores deliciosos, limando arestas, arrancando o mal que tem de existir para justificar o bem. Sempre que contamos um conto damos-lhe vida, um toque pessoal sendo que a única coisa que se mantém é a forma como termina, com um ponto.

Um comentário:

sirk disse...

Não somos ninguém para sabermos o que queremos, ou se calhar somos alguém, mas alguém muito pequeno.
Já eu dizia num post (que FOI POSTERIORENTE PLAGIADO) que tendemos a limar as arestas da realidade para torná-la numa memória melodramática e colorida.
Acerscentaos pontos e vírgulas e exclamações e ainda bem que o fazemos.
Se a realidade gravada em nós fosse a verdadeira, seria muito mais chata e concerteza exisitiriam menos emoções, menosliteratura, menos quadros, menos filmes, menos dança, enfim, menos arte.
O próprio fim não é a realmente um ponto final porque a nossa memória não tem botão "delete" e ele fica lá de um odo diferente e, novamente, melodramático e colorido.

Glad it's not.